Para que possamos ter uma melhor compreensão da dimensão vocacional, devemos procurar compreender como ocorre o processo de transformação da vida humana a partir dos desígnios de Deus.

Todos nós precisamos de conversão. Assim foi com os Santos e assim há de ser também conosco. Eis o primeiro passo para darmos prosseguimento num processo vocacional, a conversão.

Santo Agostinho nos ensina verdadeiramente que só podemos amar aquilo que conhecemos. Pois então busquemos traçar em nossa vida um projeto constante de busca pela conversão para que possamos autenticamente conhecer Deus, ama-lo fielmente através dessa via de conhecimento, e assim posteriormente possamos servi-lo através do nosso chamado

Servir a Deus é um caminho que designa sempre um caminho árduo e sublime de renúncias. É místico renunciar e ser feliz por esta opção, justamente São Paulo deixou explícito para a comunidade de Corinto que ?Com efeito, a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus? (I Cor 1,18).

Firmado no poder e na graça de Deus em um caminho traçado por meio da vida comunitária, somos todos pois  chamados a responder um anseio que supera as nossas forças e nos move a imolar-se com o Cristo, e a ter um projeto de vida que empenhe-se na salvação das almas, uns respondem estes anseios como leigos, outros pela vida religiosa e alguns pela vida sacerdotal. Entretanto, todos são convocados a colocar-se como os operários da vinha ?A Colheita é grande, mas poucos são os operários? (Mt 9, 37).

Vocação é, portanto, um chamado respondido, porém, antes de se ouvir aquele que chama, é necessário conhecer a voz de Deus, ter uma vida de intimidade com Deus, capaz de nos impulsionar rumo ao serviço do próximo, para que assim, intimamente ligados com Deus, possamos servir também os nossos irmãos.

 

Seminarista Leonardo Souza